segunda-feira, 4 de abril de 2011

sobre zangões

A menina estava silenciosa. Só a mulher, calejada por suas próprias desilusões e as alheias, falava, ou melhor, gritava impune suas vontades pra quem quisesse ouvir.

Imperativa, ela dirigia as ações do corpo inexperiente que ela habitava.

Os olhos inexpressivos e as palavras secas nada lembravam a inocencia pueril das formas delicadas dela. Ela o queria. Mas não por sentimentos. Só por luxuria e teimosia. Ela não se importava com que ele era ou fazia, só com a vontade dela. Com a urgência de suas necessidades mais insanas.

Queria-o efemero e descartável.

Não acreditava nas juras de amor (o ultimo que assim jurara estava se lmabuzando nos braços de outra), tampouco as fazia. Não prometia amar pois ela mesmo já não julgava ser capaz de tanto. Não com ele, pelo menos.

Mas ela não sem importavam quão longe dos sentimentos os dois estavam, pois ainda havia fogo suficiente para aquece-los e deixar o prazer deletar a dor dos tempos futuros de cinzas.

Não haveria choro nem mentiras, já que sabidamente, nada era verdade. E acima de tudo , ela sabia que logo logo tudo não passaria de uma lembrança longiqua. Como um zangão que morre no esquecimento para agradar sua abelha rainha. E ela, tanto menina como mulher, gostava de ser agradada.

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