sexta-feira, 15 de abril de 2011

coincidencias

Ela caminhava pela tênue linha entre o sacarsmo e a verdade oculta para construir frase que ela mal sabia se estavam sendo entendidas como ela queria. Elena duvidava das suas próprias forças pra dizer aquilo mandava seus pensamentos. Milhões de ideias e respostas que ela não ousava deixar que seus dedos digitassem. Se fosse para ser o fim, que fosse um fim doce e discreto. Tal qual ela havia pedido que fosse a relação.

Ela tinha guiado demais e isso a assustava. Mulheres não são feitas para levar, e sim para serem levadas, mesmo que ela, um tanto paradoxalmente, exigisse saber pra onde.

No fim, ela nem sabia mesmo o que queria, mas tinha uma certeza que não era mais José Roberto quem ela buscava.

E em pouquissimas palavras tudo estava desfeito.

Ela estava sozinha.

--*--*--*--

Ele não sabia ao certo como dizer a Jussara que a relação deles estava por um fio.

Thiago estava cansado dos joguinhos dela. Cansado da vida desregrada que ela levava. Ele não era assim. Ele queria um pouco mais de segurança e de reciprocidade. Ele jurou pra si mesmo que não teria vergonha de dizer isso a ela. Já passara da hora de dizer a verdade. E além do mais, ele não tinha muita certeza que ela se importaria.

Foi mais fácil do que ele pensou. E, em menos de algumas horas, ele estava sozinho.

--*--*--*--

Até então eram duas vidas sem nenhuma semelhanças a não ser um fim que veio no momento certo. E quando Elena e Thiago achavam que estavam imersos na decepção de um relacionamento mal sucedido, eles descobriram que os dois tinham um amigo em comum.

domingo, 10 de abril de 2011

antes do terceiro sinal

O frio congelante do ar condicionado do teatro universitario parecia me a desculpa perfeita para camuflar o nervosismo do meu corpo trêmulo pelas lembranças confusas e torrenciais que torturavam minha mente.


1° sinal.


Passei perdida entre as cadeiras e sentei-me , ironicamente, no lugar onde o fim tinha começado. Onde, pela primeira vez, eu tinha me dado conta de quando eu queria possuir-te no meu ciume tresloucado. Onde pela primeira vez senti perder-te. Onde eu vi como para voce era facil esquecer-me, e quanto isso era dificil para mim.


2° sinal


Olhei para o presente e tive medo de perder antes da conquisar. Medo de um novo fim sem começo. Tive pressa. Censurei-me por baixar a guarda da razão e me entregar de novo a minha ansiedade. Não queria repetir os mesmo erros. Revoltei-me pelos novos erros. Por não ser tão facil como antes. Agora eu pensava e conhecia.


3° sinal


Ajeite-me na cadeira e esperei que a luz baixasse até a escuridão completa. A partir dai não senti mais nada. Eu era um papel em branco pronto para ser preenchido pelas cores movimentos e musicas vindo do palco. Esqueci de tudo que não era presente e deixei-me maravilhar por uma ilusão que não era minha.



quinta-feira, 7 de abril de 2011

perseguição (2)

Eu não sabia bem o que estava acontecendo, a única coisa que fazia era seguir um aviso, sutil, mas claro: fuja. Eu não sabia pra onde ir, e não levava nada. Tudo corre bem até aqui. Mas agora percebo que estou sozinha, num lugar supostamente deserto, amedrontado. Sinto um cheiro forte de terra molhada. Sinto os pingos caírem na minha cabeça. Mas então eu vejo algo. Não sei se vi, ou se só senti, mas sabia que algo estava ali. Eu ando de vagar, observando. Mas agora começo a sentir realmente algo, e acelero o passo. E de que adianta me virar, se sei que há algo? Ajude-me, Deus! Acelero novamente, e percebo que já estou correndo. Posso ouvir o som dos meus pés batendo na água enquanto corro, mas logo escorrego e caio no chão, me molhando. Levanto, e volto a correr. Mas pra que correr sem destino? Paro um instante, ofegante. Respirando, pondo as idéias no lugar. Pra onde ir? O que fazer? Respiro, me acalmo. E é ai que me lembro, há socorro. Sempre há alguém, alguma casa, algum amigo para combater o medo. E o amor combate assim os pesadelos que tanto me assustam. Um último olhar pra trás. Corro para a casa, e bato na porta. Esperando que abrisse, esperando romper as barreiras. Obrigada, meu Deus! A porta abre, as mãos se tocam, e assim talvez a fuga recomece. Esse é meu, e sugere mais ou menos os passos. Vamos ver se escrevo o resto da coreografia da próxima vez! Bjoss Juh!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

sobre zangões

A menina estava silenciosa. Só a mulher, calejada por suas próprias desilusões e as alheias, falava, ou melhor, gritava impune suas vontades pra quem quisesse ouvir.

Imperativa, ela dirigia as ações do corpo inexperiente que ela habitava.

Os olhos inexpressivos e as palavras secas nada lembravam a inocencia pueril das formas delicadas dela. Ela o queria. Mas não por sentimentos. Só por luxuria e teimosia. Ela não se importava com que ele era ou fazia, só com a vontade dela. Com a urgência de suas necessidades mais insanas.

Queria-o efemero e descartável.

Não acreditava nas juras de amor (o ultimo que assim jurara estava se lmabuzando nos braços de outra), tampouco as fazia. Não prometia amar pois ela mesmo já não julgava ser capaz de tanto. Não com ele, pelo menos.

Mas ela não sem importavam quão longe dos sentimentos os dois estavam, pois ainda havia fogo suficiente para aquece-los e deixar o prazer deletar a dor dos tempos futuros de cinzas.

Não haveria choro nem mentiras, já que sabidamente, nada era verdade. E acima de tudo , ela sabia que logo logo tudo não passaria de uma lembrança longiqua. Como um zangão que morre no esquecimento para agradar sua abelha rainha. E ela, tanto menina como mulher, gostava de ser agradada.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Perseguição (1)

Ela me perseguia. Cruel. Perversa. Apontando meu erro cada vez que eu a olhasse. Ela estava pronta pra punir meus atos. Ela me perseguia. Ela me confundia. Ela me assustava. Medo. Culpa. A tormenta de ter errado sem pretender errar. Eu nem sabia mais ao certo que se foi ao acaso que errei, ou se tudo não passou de uma trama feita pela minha mente nociva. Maligna, isso que eu era. Isso que ela queria me fazer acreditar. E eu fugia. Não queria todas aquelas injúrias. Eu as merecia. Silencio. Cansaço. ... Mas havia uma casa. Misericórdia! Deixai-me entrar. Perdoe-me e acolha-me. Quero abrigo. Quero colo de mãe. Estou arrependida. Cansada de fugir. Quero-te. Estou só. Sem mim, e comigo a todo tempo me apondado a podridão do meu eu. Abra! Piedade! Perdão acolha-me em seu braços e me deixa entrar! Espera. Asiedade. Tempo. Duvida. Desespero. E mais espera... Essse é o primeiro de uma serie de textos que eu vou propor a julia para construirmos. Se baseia numa coreografia que estamos montando no contemporaneo. E a medida que formos interiorizando mais a coreografia espero que os textos evoluam. O mesmo tempo e varias visões diferentes da mesma pessoa. Acompanhem.