quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

um aviso!

Sua pele fria acariciava aquele corpo quente que se deitava em seu colo como uma criança nos braços da mãe.
Mas aquele menino, ali deitado, não via Lúcia como uma mãe. Mas não era para menos, ela era assim, alguém que atraia jovens corações solitários, os escravizava e os partia.
Lúcia era feita para destruição. Não por escolha, mas por destino. Ela nada podia fazer além de alertá-los "eu nunca poderei te amar" ela avisava aos que se encantavam por seu mistério. Mas eles insistiam em buscar segurança e sentimento onde só havia liberdade.
Para ela, dor deles não era divertida tampouco a machucava. Ela tentava impedi-los, mas de certa forma ela já havia se resignado com seu destino e dos homens (ou meninos?) que cruzavam seu caminho.
No entanto, com esse garoto era diferente. Era queria protegê-lo, não importasse o que isso lhe custasse. Ela havia pedido, implorado até, para que ele se afastasse - talvez por falta de coragem de ela mesma ir embora- mas ele continuava cada vez mais perto do seu coração gelado. Como se ousasse tentar (em vão, obviamente) derretê-lo.
Tolinho!
Então ela continuava a acariciar aqueles cabelos lisos e sedosos deitados no seu colo. Lavando a suas mãos por destruí-lo. Perdoando a si mesma e à estupidez daquele menino. Então ela só aproveitava aquele momento e todo o sentimento alheio que fortalecia ainda mais sua sede de solidão.
por @bellapellegrini e não, não falo de ti.

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