sábado, 15 de maio de 2010

Rirchard August Carls

Eu, ignorando o barulho da sala de aula, estava completamente inebriada no romance medieval em minhas mãos. O autor, R. A. Calrs, conseguia transformar uma entediante batalha épica em uma historia de amor de fazer as garotas suspirarem por seus mocinhos galantes.
Era uma pena que ninguém soubesse quem era esse tal R. A. Carls. Por mais que se procurasse na Internet não havia fotos dele. Nem sequer onde ou quando ele nasceu. Ele era uma completa incógnita. Mas uma incógnita que fazia meu coração disparar.
De repente um bilhetinho atirado na minha mesa arrancou-me da fantasia. Estava escrito algo como “Olha o garoto novo... ele não é um gato?”. Quase não consegui ler os garranchos da minha melhor amiga. Sua letra ficava péssima quando ela estava entusiasmada. E definitivamente ela estava entusiasmada.
Levantei o olhar para ver de quem ela falava Surpreendi-me a ver um típico NERD entrando na sala. Porém, ele, mesmo com o aspecto intelectual, era um charme com seus cabelinhos cacheados caindo pela testa e com seus olhinhos azuis por detrás dos óculos de armação grossa. A surpresa foi ainda maior quando ele caminhou sob os olhares de todas as meninas da turma e sentou do meu lado.
Eu fiquei tão vermelha quando ele se aproximou que eu enfiei, de novo, a cara no livro, esperando que ele não falasse comigo. Pra me concentrar, eu comecei a sussurrar pra mim mesma o que eu estava lendo, mesmo sabendo que isso soaria ridículo. Mas, para minha surpresa, ele, olhando para mim, terminou a frase do livro que eu havia começado.
- Você já leu esse livro?- eu disse boquiaberta. Não só por ele ter gravado perfeitamente a linhas, mas por ele ter as dito como se fosse a coisa mais natural do mundo.
- Sim... Algumas vezes – ele sorriu fazendo minhas pernas tremerem – Esse não é um livro muito famoso. É difícil achar alguém que já tenha lido.
- Acho que todos que já leram gostaram. Ele é incrível - eu disse pra prolongar a conversa, minha voz soou um pouco mais à vontade - é uma pena que o autor seja tão desconhecido.
- Na verdade, eu não me importo – ele disse – Qual é seu nome?
Nossa! Eu tinha esquecido de me apresentar...
- Luiza
- Como a personagem do livro? – eu balancei timidamente a cabeça afirmando.
- E o seu?
- Richard – ele olhou para mim e depois para a capa do livro - Richard August Carls.
Assim como ele, eu olhei pra capa do livro, depois, naturalmente, pra ele. Enquanto isso meu coração enlouquecia no meu peito. Murmurei um “é você?” Ele sorriu e fez que sim. Eu estava chocada, por tanto tempo eu esperei que fosse um velho, alguém feio demais pra mostrar o rosto. E era aquele garoto lindo que estava sentado ao meu lado. Finalmente eu sabia que era o dono daquelas palavras. Ele não era o que eu esperava, mas vou te dizer, ele não me decepcionou nem um pouquinho.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

lembranças de um verão...

Por Julia para o concurso da capricho fic... nem ganhamos =/

Sorri enquanto olhava a primeira foto do álbun de verão. Parecia natural aquele menino de camisa verde me abraçando, afinal éramos quase parentes, mas o motivo do abraço ia bem além do que meus pais pudessem imaginar.
Era dia 17 de janeiro, e fui pra casa de verão da minha tia. Ia encontrar meus primos, mas provavelmente ia ficar uma semana sem nada pra fazer. Mas eu estava enganada, muito enganada.
Logo que cheguei, minha prima Raquel veio falar comigo. Ela me arrastou para a parte de trás da casa, falando que tinha que me mostrar algo. Neste caso, como eu pude ver quando cheguei, não era algo, era alguém.
Tinha um menino nadando na piscina. Um menino gato.
- Quem é? – perguntei pra minha prima, que riu de mim.
- Lembra do Eric Prince? Aquele que é filho do seu padrasto? Então...
Bom, Eric morava com a mãe, mas de vez em quando nos dava o prazer de sua presença nos finais de semana que passava com o pai (recém casado com minha mãe). Mas já fazia quase dois meses que não o via.
Ele me viu e foi falar comigo:
- Eii Camille... Quanto tempo! Tudo bem com você?
- Tudo... Faz tempo mesmo... – meu Deus, como ele estava gato. O cabelo estilo “topete-do-Robert-Pattson” estava desfeito pela água e o olho verde me olhava. – Você chegou há muito tempo?
- Não, cheguei agora. Estava conversando com sua prima... Nós vamos fazer uma trilha hoje... Você quer ir? – minha prima me cutucou, rindo, e sussurrou um sim.
- Ah, claro! Quando nós vamos?
- Agora! – Disse minha prima – Antes que os mais novos cheguem e a gente não consiga mais caminhar.
Raquel avisou aos meus tios e fomos caminhar. Estávamos conversando quando Eric disse:
- Olha... O que é aquilo? Uma gruta?
- Vamos entrar? – Eu sugeri, e eles concordaram. Estávamos na parte mais fechada da mata que tinha perto da praia.
Entramos por aquele caminho, Eric na frente, eu atrás e Raquel atrás de mim. Mas a gruta começou a ficar mais apertada e baixa, até termos que nos abaixar pra passar.
- Desisto! Vou voltar, continuem vocês – Disse Raquel, indo embora depois de piscar e dizer algo como “aproveite”.
Continuamos, só nos dois, a gruta tão apertada que tínhamos de passar colados um ao outro. Chegamos ao fim, em uma pedra aberta. Sentamos e começamos a conversar sobre mais coisas que você possa imaginar.
- Você cresceu... Está linda.
- Obrigada... Você também.
Ele então se aproximou de mim e pegou a minha mão. Seus olhos verdes me olhavam, até que eu fechei meus olhos, seu rosto a centímetros, e ele me beijou.
Eric era meu meio irmão – fato. Era gato – fato. Eu acabara de beija-lo – fato.
Voltamos pra casa, e logo contei á Raquel à história. A foto, batida naquele dia, agora estava no meu álbum. Se isso viraria um namoro, eu não sei... Mas uma certeza eu tinha: esse verão foi perfeito... Pra nós dois.